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18/08/2025

Número de cidades que subsidiam ônibus dobra desde 2019

FETRONOR

O número de municípios brasileiros que subsidiam empresas de ônibus dobrou desde a pandemia, aponta anuário divulgado na terça-feira (12) pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos). Segundo a publicação, em 2019, eram 120 cidades que injetavam recursos para aj udar a custe ar o transporte público sobre pneus. Em maio (dado mais recente), o número cresceu para 241. Nas capitais, a evolução foi um pouco maior, saltando de 9 para 20 -alta de 122%.

Mudança de comportamento a partir da pandemia, quando se começou a trabalhar mais em casa, e avanço de serviços por aplicativo, que tiraram as pessoas dos ônibus, mais o envelhecimento populacional, e queda na prestação de serviço, estão entre as causas para o cenário atual, com prefeituras colocando cada vez mais dinheiro para bancar o custeio de concessionárias.

O documento relaciona o crescimento dos subsídios à falência do modelo de remuneração, amplamente utilizado até o ano de 2019, que tinha a receita auferida com a cobrança das passagens como a única fonte de recurso para o custeio do serviço.

O número de passageiros transportados, que caiu mais de 80% nos piores momentos da pandemia em todo o país, diz o anuário, ainda está distante de retomar os níveis verificados antes, "apesar de esforços para recuperação". Há três anos, afirma, a demanda do setor oscila na faixa entre 80% e 86% do cenário anterior a 2019. "Hoje, os subsídios cobrem, em média, apenas 30% dos custos do sistema no Brasil, índice ainda distante dos 50% praticados, na média, em países europeus", diz a NTU.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, o valor pago como subsídio, entre 2019 e 2024, cresceu 114%, passando de R$ 3,11 bilhões para R$ 6,68 bilhões. Se o valor tivesse sido corrigido apenas pelo INPC (índice Nacional de Preços ao Consumidor), ou seja, a inflação do período, o aporte deveria ter sido de R$ 4,21 bilhões.

Em nota, a prefeitura paulistana afirma que sem esse aporte, a tarifa, hoje em R$ 5, seria de R$ 11,78. "O subsídio é uma política necessária para democratização do transporte e a concessão de benefícios, como tarifa acessível", afirma a gestão Ricardo Nunes (MDB), que desde o ano passado não cobra passagem para quem anda de ônibus aos domingos.

Foto: Ciete Silvério - Prefeitura de São Paulo - Ilustração

Matéria da Folha de São Paulo