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24/10/2025

Em reunião no MRE, setor transportador avança para integrar Agenda de Ação da COP30

FETRONOR

Da Agência CNT Transporte Atual

O setor de transporte deu mais um passo importante na trajetória rumo à COP30. Durante reunião no MRE (Ministério das Relações Exteriores), nessa terça-feira (21), o Sistema Transporte alinhou com a coordenação da Conferência Climática os caminhos para o transporte contribuir para a Agenda de Ação, conjunto de iniciativas climáticas que serão apresentadas em Belém (PA), em novembro de 2025. Dentre as ações apresentadas, destaca-se a Coalizão para a Descarbonização dos Transportes, que apresenta alavancas para a redução de 68% das emissões do setor até 2050.

O encontro contou com a presença do diretor adjunto nacional do SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) e líder do projeto Transporte e a COP30, Vinicius Ladeira; do gerente executivo de Governança e Estratégia da CNT, João Guilherme Abrahão; e do assessor governamental da CNT, Jason Luz. Eles foram recebidos pelo coordenador para a Agenda de Ação da COP30, Pedro Nascimento Filho.

Durante a reunião, Vinicius Ladeira reforçou que o Sistema Transporte atuará, de forma ativa, na Conferência por meio da Estação do Desenvolvimento, um espaço que sediará, na Green Zone, debates, painéis e apresentações de soluções sustentáveis do setor. “A Estação do Desenvolvimento vai mostrar, dentro da COP30, que o transporte brasileiro está comprometido com a transição energética e tem projetos concretos para reduzir emissões e gerar desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Ladeira destacou ainda que a transição energética no transporte passa pela diversificação de fontes limpas e pelo aproveitamento das tecnologias já disponíveis no país, como o diesel verde, considerado uma alternativa viável e de rápida adoção, por não exigir grandes mudanças na infraestrutura existente. O dirigente também ressaltou o papel do biometano e do hidrogênio verde na matriz energética do futuro.

“Essas fontes se complementam e mostram que o transporte pode reduzir emissões com soluções práticas, sem comprometer a eficiência das operações. Já a eletrificação vale tanto para a mobilidade direta quanto para a geração de combustíveis, que é o conceito de Power-to-X, que transforma energia limpa em novas rotas energéticas”, explicou.

O gerente executivo da CNT, João Guilherme Abrahão, destacou o avanço da Coalizão para a Descarbonização dos Transportes, iniciativa lançada em 2024 que reúne 122 entidades e empresas em torno de 90 alavancas de descarbonização, capazes de reduzir em até 70% as emissões de gases de efeito estufa do setor até 2050. Segundo ele, a Coalizão é resultado direto do convite feito pelo embaixador e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, para que o setor de transporte elaborasse suas próprias contribuições à política climática nacional.

“Mesmo não sendo o maior emissor, o transporte é um setor comprometido e essencial para o crescimento do Brasil. Essa Agenda mostra que o Sistema Transporte vem preparado para contribuir, de forma técnica e estruturada, para as metas nacionais de descarbonização”, afirmou Abrahão.

Ele também ressaltou o caráter inovador e colaborativo da iniciativa, que vem despertando interesse internacional. “Diversas entidades internacionais já nos procuraram para entender como essa articulação entre empresas e entidades pode ser replicada como uma tecnologia social brasileira para a descarbonização dos transportes”, completou.

O coordenador da Agenda de Ação da COP30, Pedro Nascimento Filho, avaliou as iniciativas como altamente pertinentes e alinhadas às diretrizes da Conferência. “Os combustíveis e as soluções energéticas para o transporte estarão entre os temas centrais e estão em linha com a proposta da Coalizão, por exemplo as alternativas para o QAV (querosene de aviação sustentável). Por isso, a Coalizão se insere, de forma estratégica, nas demais iniciativas que serão apresentadas em Belém (PA)”, afirmou.
Agenda de Ação

A Agenda de Ação é um dos pilares da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima). Ela mobiliza compromissos voluntários da sociedade civil, empresas, investidores, cidades, estados e países com o objetivo de acelerar a redução de emissões de gases de efeito estufa, fortalecer a adaptação climática e impulsionar a transição para economias sustentáveis. A proposta da CNT de incluir a Coalizão para a Descarbonização dos Transportes nessa Agenda dá visibilidade internacional ao protagonismo brasileiro e amplia o diálogo entre o setor privado e os formuladores de políticas públicas.

A Coalizão para a Descarbonização dos Transportes é liderada pelo Sistema Transporte, pela Motiva, pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) e pelo Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável do Insper.