O setor de transporte coletivo urbano expressou profunda preocupação com a escalada de preços dos combustíveis, em especial do diesel, que move a frota nacional de ônibus urbanos e de caráter urbano e é um insumo fundamental para a prestação desse serviço essencial à população brasileira e à economia do Brasil.
Segundo a associação, o diesel responde em média por 26,6% do custo total das em presas operadoras e como os reajustes aplicados ao diesel este ano representam uma alta acumulada de 51% no preço do combustível, o impacto direto no custo das empresas operadoras do transporte público por ônibus urbano é de 13,5%, o que deve ser repassa do, de imediato, para as tarifas públicas naqueles sistemas de transporte que não têm subvenção pública.
Em Sergipe, a situação tem sido cada vez mais complexa para as empresas de transporte de passageiros que atuam na Grande Aracaju com uma que da de receita de quase 50%. Enquanto o setor da aviação conseguiu evoluir o diálogo com o Governo do Estado e diminuiu a taxa do querosene de 18% para 12%, o setor de transporte segue pagando 18% em cima do litro do combustível com o ICMS. Há um estudo junto ao Estado para buscar a redução ou desoneração desse imposto.
Diante da necessidade, o setor luta pelo subsídio para alimentar o setor que tem arca do sozinho com os prejuízos da pandemia, além das gratuidades, que não possuem suporte financeiro de nenhuma parte dos poderes públicos que atuam em Sergipe.
O presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha, afirma que a alta do diesel nos níveis atuais compromete de forma irreversível a recuperação do setor de transporte público, que registra prejuízo de mais de R$ 16,7 bilhões acumulado no período de março de 2020 a junho de 2021, em função da queda da demanda de passageiros pagantes, resultado das medidas de isolamento social para a contenção da pandemia da Covid-19.
“A crise já custou mais de 87 mil postos de trabalho no setor e levou à interrupção definitiva das atividades de 36 empresas operadoras”, declara o presidente.
A NTU apela ao Governo Federal, aos governadores dos estados e à direção da Petrobras no sentido de que haja uma solução compartilhada para essa questão, que conduza a uma nova política de preços, capaz de equacionar o preço do diesel e demais combustíveis de forma efetiva e permanente.
“Só assim será possível evitar altas expressivas e sucessivas, que comprometem a prestação de serviços públicos, geram impactos inflacionários e afetam negativamente todos os brasileiros, em especial os mais vulneráveis”, afirma Otávio Cunha.
Segundo Armando Guerra Júnior, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fe transpor), o novo reajuste do diesel vem pressionar ainda mais o setor de ônibus, que já vive, no Rio, sob um cenário de esgotamento econômico- -financeiro devido ao aumento dos custos de operação nos últimos três anos, e sem que houvesse uma compensação tarifária adequada.
“As seguidas elevações no preço do diesel impossibilitam a recuperação do setor, que somente no Estado do Rio de Janeiro já registra pre juízo superior a R$ 2 bilhões desde o início da pandemia. A crise já custou mais de 20 mil postos de trabalho, entre rodoviários do Estado e causou a interrupção definitiva das atividades de 16 empresas operadoras, levando outras 13 e mais dois consórcios operacionais à recuperação judicial”, afirma Armando Guerra Júnior.