Considerada uma das principais reclamações e demandas de diversos setores da economia potiguar, a parte de infraestrutura rodoviária, fundamental para exportação de produtos, por exemplo, está contemplada no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) do Governo Federal. Dos R$ 45,1 bilhões destinados ao RN, R$ 3 bilhões serão direcionados para a duplicação e adequação de capacidade da BR-304, desejo antigo.
De acordo com o Executivo estadual, a expectativa é de que todas as obras sejam entregues até 31 de dezembro de 2026. Mas alguns setores da economia ainda acham que, mesmo com seis eixos de investimentos, o estado ainda precisa de mais recursos.
Segundo Eudo Laranjeiras, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor), o anúncio, principalmente para obras estruturantes, é positivo, mas em comparação com outros estados, ficou aquém do desejado. “Qualquer anúncio de investimento é bom. A bem da verdade, o valor destinado ao RN no Novo Pac embora seja relativamente alto, é inexplicavelmente menor do que o valor destinado a Estados menores que o nosso. No cenário financeiro em que o RN se encontra – recentemente anunciado por representantes da alta gestão do Governo, R$ 45 bilhões podem se tornar um alento no que se refere a investimento, já que mal estamos conseguindo manter a receita para pagar as despesas de custeio”.
Para José Vieira, presidente da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (Faern), o montante destinado ao estado é considerado significativo e se cumprido, haverá uma contribuição importante para o desenvolvimento econômico e do setor agro no RN, principalmente no quesito rodoviário e também em termos de segurança hídrica. “São obras urgentes e que não podem se prolongar na entrega à população. Esperamos que as obras anunciadas no PAC 3 não sejam expectações, o setor agro conta com a execução integral conforme anunciado, pois, o RN clama por ações efetivas para crescimento”, disse.
Marcelo Queiroz, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio RN), define a previsão de investimentos do PAC como audaciosa e que terá impacto positivo nos negócios. “Com mais de 400 obras anunciadas em todo o estado, a expectativa é que esses mais de R$ 45 bilhões circulem por diversos segmentos. A duplicação da BR-304, uma demanda antiga, por exemplo, além de gerar emprego e renda de forma direta, vai beneficiar muitos empreendimentos que dependem dessa rodovia federal para gerar riqueza”, projetou.
Entretanto, para Laranjeiras, o cronograma de execução é extenso. “O Novo PAC foi anunciado agora mas o seu cronograma de execução é muito extenso. Além disso, tudo depende de aprovação orçamentária e de receitas. Se tudo funcionar como o Governo Federal planeja, o Estado terá, mesmo que minimamente, alguma melhoria em alguns pontos cruciais da economia, conforme projetos previstos no plano”.
O presidente da Fetronor acredita que estas obras ainda não são suficientes para elevar o patamar econômico do estado. “O RN, no atual contexto, precisa de muito mais do que foi anunciado no Novo PAC, não só quanto a valores de investimentos em obras estruturantes, mas em ações diretas sobre a recuperação econômica das empresas e dos cidadãos, refletindo diretamente na capacidade financeira do Estado”, definiu.
Laranjeiras citou que no quesito obras, o RN foi contemplado apenas com a duplicação da BR-304 e construção do viaduto do Gancho, na BR-406. “São obras antigas, mas extremamente necessárias para o desenvolvimento, senão do Estado, mas das áreas e regiões atendidas diretamente por essas rodovias. Mas é pouco! O RN precisa de muitas outras obras em suas rodovias para impulsionar a circulação de pessoas e cargas e gerar renda para o cidadão e impostos para o Estado. O Porto de Natal vai receber alguma verba para reformar armazéns e galpões… isso não é nada diante da real necessidade estrutural do Porto da nossa cidade”, finalizou.
Agora RN