Após um intenso período de articulação com os deputados federais e com o presidente da República , os 17 setores desonerados direcionam os esforços para fazer com que o Senado aprove o projeto de lei que prorroga até 2026 a desoneração da folha de pagamento.
O presidente Jair Bolsonaro garantiu a representantes dos segmentos a extensão do benefício para os próximos dois anos. A contrapartida é o apoio a reformas estruturantes e à PEC dos Precatórios.
Apesar da expectativa positiva para a aprovação do projeto nesta quarta-feira (17), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), na Câmara dos Deputados, representantes dos desonerados continuam engajados em manter e acentuar o diálogo no Congresso.
Precisamos continuar articulados, tentando mostrar aos parlamentares que será o pior dos mundo perder a desoneração conseguida a duras penas , destaca o presidente-executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha.
Na avaliação de Cunha, o desafio é maior nas tratativas com os senadores. Não há outro plano a não ser a articulação dos setores no sentido de mostrar a importância que representa essa desoneração. Fizemos um grande trabalho na Câmara e vamos fazer no Senado, embora o Senado seja uma casa mais difícil de trabalhar. Nem sempre são articulações fáceis, já que são menos parlamentares e os senadores já chegam com um posicionamento.
Com o governo federal – apesar das manifestações públicas do ministro da Economia, Paulo Guedes, contra a prorrogação da renúncia fiscal – o acordo é de manter o benefício pelos próximos dois anos . O governo joga pesado, tem sempre uma moeda de troca guardada. Se sabemos que com a PEC dos Precatórios, o governo teria folga orçamentária para a desoneração, evidente que os setores vão trabalhar para isso, somando esforços com as intenções do governo , explica Cunha.
No caso do setor dos transportes, a PEC dos Precatórios se torna importante não só por manter a desoneração, mas para auxiliar camadas sociais mais vulneráveis, justamente aquelas que dependem do transporte público
Fonte: R 7